domingo, 9 de maio de 2010
RIO JORDÃO CORRE RISCO
Um rio profundamente ligado à história da cristandade e muito citado na Bíblia corre o risco de desaparecer – ou, ao menos, de secar tanto que se tornará praticamente irreconhecível. Uma equipe de cientistas israelenses, jordanianos e palestinos diz que grandes trechos do Rio Jordão – onde, segundo a tradição, Jesus Cristo foi batizado – poderiam secar já em 2011 e que muito do que sobrou não é mais do que um canal de águas residuais.
– Quase se pode pular de uma margem para a outra. Em outros lugares, nem é preciso pular: é possível cruzar simplesmente caminhando. A profundidade chega ao calcanhar. É difícil ver água – afirma Gidon Bromberg, diretor israelense da organização Amigos da Terra do Oriente Médio.
O problema é atribuído ao uso intensivo da água para irrigação e consumo humano. Nas últimas cinco décadas, Israel, Jordânia e Síria desviaram 98% da água do Jordão e de seus afluentes para a agricultura e o abastecimento.
Em contraste, a Bíblia descreve o rio, que corre do Mar da Galileia até o Mar Morto, como capaz de provocar inundações. Em 1847, um americano que visitou a área citou o “rugido ensurdecedor das água turbulentas” do Jordão.
Conforme o relatório elaborado pelos cientistas, os esforços para salvar o rio também contribuíram, ironicamente, para colocá-lo sob ameaça. Israel e Jordânia chegaram a um acordo para suspender o despejo de efluentes no Jordão até que sejam construídas estações de tratamento – a previsão é de que entrem em funcionamento no ano que vem. No entanto, sem essa água residual lançada no principal trecho do rio, não haverá água alguma fluindo, conforme os especialistas.
Fonte: Zero Hora
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